terça-feira, 24 de maio de 2011

15 de Maio de 2011


* À descoberta da Franqueira e dos seus Encantos *

Domingo, 15 de Maio, manhã cedo, Sol alto, alguma frescura ainda no ar.

Nenhuma obrigação a cumprir hoje. 

Dia Livre.

E se o dia é Livre, e se o dia está lindo, radiante, tal implica uma escapadinha algures neste nosso Minho, e para tal, nada melhor que pôr o punho a rodar e deixar o ar bater no corpo a bordo de uma scooter.

Se melhor pensei, melhor o executei!!!

Saída de Guimarães, nacional dirigida a Braga, seguindo-se Barcelos, seguindo-se...

Partimos sem um destino pré-definido. Apenas sabia que queria almoçar algures em Esposende/Fão/Apúlia.

Na top case entretanto adquirida, de maior dimensão, para guardar os dois capacetes modulares e algo mais como os casacos de protecção motard.

Sempre nas calminhas, ouvindo um bom som a meias, lá fomos até à zona de Barcelos.

Aí, mesmo na beira da estrada, olhei o horizonte em redor e procurei um qualquer ponto perdido que justificasse uma investida até lá.

Escolhido aquele que me parecia ser um bom objectivo a alcançar, marcado aparentemente o mesmo ponto no GPS, e seguimos as ordens sem receio de estradas menos apropriadas para autocaravanas, nossa viatura de eleição para este tipo de aventuras.

Chegamos a certa altura e não vislumbrávamos correctamente o alvo traçado, mas subindo e descendo montes e montanhas eis que se nos depara umas vistas...........


Do outro lado, as vistas não eram menos imponentes.


Estávamos no Santuário de N. Srª. da Franqueira, algures entre Barcelos e Esposende.

Daqui de cima, deste topo mais alto dos arredores, avista-se a Póvoa de Varzim.

Com Esposende e o estuário do Cávado no horizonte a nascente, Barcelos e Braga a Poente, a paisagem é impressionante.

Passado o primeiro impacto, há que olhar para outros pormenores, algo construído por antepassados com o propósito firme de aqui, no alto destas montanhas, conseguir chegar com maior facilidade a Deus, que os Guiou até ali.


Uma bela construção, uma Igreja de relativa dimensão, com pormenores construtivos que nos captam a atenção.

No exterior, olhando o Atlântico, quem sabe Guiando os pescadores daquelas águas, N. Srª. da Franqueira.


Lá dentro, onde entrámos após o fim da Eucaristia Dominical, que se realiza apenas ao Domingo às 10H00m, deparamo-nos com uma rusticidade muito interessante.



Uma lápide cravada na parede granítica relembra o longínquo dia de 6 de Setembro de 1931, onde o então Cardeal Cerejeira marcou presença em Peregrinação.


Aqui e ali pormenores que nos captavam a atenção e o olhar mais acutilante.




Outros pormenores prendiam a objectiva.



À saída do templo, o Livro dos Visitantes onde foi aposta a nossa passagem com agrado e devoção.


Aqui podemos aferir de que estamos perante algo que existe quase desde a nossa Nacionalidade, 1558, em plena época dos Descobrimentos, onde Portugal tinha um papel preponderante no Mundo.

Fortes gradeamentos cravados no granito permitem-nos ainda assim uma visão deveras interessante para o Mundo lá fora.


No exterior, belos jardins meticulosamente bem cuidados, oferecem registos fotográficos ímpares.




Olhando em redor, deparamo-nos com Cruzeiros e miradouros, onde uma paragem de oração nos oferece outros ângulos de visão da paisagem em redor.



Dando volta aos Jardins podemos apreciar a dimensão e beleza deste Templo no alto da montanha implantado.






Com um horizonte quase límpido, a nossa visão é quase infinita.


A homenagem a esta Santa confere ao espaço uma interacção que rasga os céus desafiando a força do vento que limitam o crescimento das árvores.




Cravados nas paredes de granito, que sustentam a plataforma superior, encontramos obras de arte muito interessantes.





Fontes e canteiros moldados pelas mãos sábias de artesãos.



E a paisagem, de uma beleza sem fim.




O Sol já ia bem alto, o calor começava a fazer-se sentir.

Estava na hora de iniciarmos viagem, em busca de outras paragens, mais frescas de preferência.

Um último olhar sobre este Templo que ao longe nos chamou a atenção e justificou a nossa investida por estas bandas.


Já na viagem descendente, uma tabuleta no caminho assinala o Convento da Franqueira num acesso que nos obrigou a um pequeno desvio.

Descobrir novos cantos e recantos deste magnífico país é um dos hoobys de eleição para esta dupla.

A pé, de bicicleta, de scooter, de carro ou de autocaravana, tudo é motivo para nos levar a caminhos não tão conhecidos, ou talvez não tão apelativos dos sentidos dos restantes.

E lá nos embrenhámos por um desvio que nos surpreendeu pela positiva.

Logo à chegada, uma escadaria com um Templo belíssimo que clama restauro urgente.


Vencida a primeira barreira granítica...




O verde aqui tem uma tonalidade muito, muito especial. Confere ao local um encantamento soberbo.

Sob um Sol já abrasador, a frescura da relva empresta ao local um ambiente muito acolhedor.

Mais adiante...




Sem vivalma por perto, ousámos invadir a privacidade deste Convento na descoberta de pequenos tesouros que haveriam de ficar registados sob a forma de uma simples fotografia.

O verde aqui é mais verde, tem mais vida.



As borboletas voam de flor em flor que se movem ao sabor da breve brisa marítima.


Os jardins aqui são pejados de belas flores de todas as cores.



A graciosidade das flores é entre cortada pela presença de algo que delas se alimenta e simplesmente nos ignora.




A construção principal, que aparenta estar em fase de recuperação, apresenta a seus pés mais um belo jardim onde o verde, é um verde algo mais aconchegante.


E as flores. Eternamente maravilhosas flores.



Apenas registos de uma beleza rara que a Natureza nos proporciona.

Numa garagem aconchegada, uma viatura, de meados do século passado, aguarda talvez melhores dias para poder voltar à estrada.

Um pequeno tesouro guardado nestes confins.


Já no bosque circundante, seguindo a viagem, que havíamos iniciado lá no alto em direcção aos ares marítimos, encontrámos um singelo cogumelo, cravado na base daquele que foi um majestoso pinheiro.




Dávamos então por finda a nossa incursão pela serra e descíamos à orla litoral para saborear o nosso manjar num qualquer parque de merendas, ou num qualquer pinhal à beira-mar.

Apostámos em Fão, já depois de passar pela Apúlia, tão nossa conhecida em deslocações de autocaravana onde o bodyboord é o desporto de eleição.



Apostámos nas imediações da Capela onde o Capão é rei nas festas tradicionais.


Com a bichana devidamente estacionada junto à cerca que circunda o recinto.


O Atlântico em fundo, logo ali, solicitando um mergulho, que foi recusado, por falta de equipamento adequado.




Uma autocaravana algo especial que me chamou a atenção pela sua configuração e pela mobilidade que o mesmo modelo confere.



A manta estendida e preparávamos a "mesa" para o repasto que aguardava os consortes. Já não era sem tempo!





A bichana, essa já tinha comido muitos quilómetros de asfalto e descansava agora para mais tarde nos proporcionar outros ares.


Reconfortados os estômagos, um deitar acolhedor sobe aqueles pinheiros e nada como registar momentos.


Apenas registos de momentos, únicos.






Do pequeno e insignificante se faz algo de belo e majestoso dando-lhe um simples toque de magia.




Após um almoço retemperador, num ambiente acolhedor, e de um breve descanso dos guerreiros, partimos em direcção ao Oceano Atlântico onde o olhar se perde pela imensidão azul.



A scooter, essa, ficou guardada pela Capela ou a guardar a Capela. Agora já não sei!!!!



Os chorões, para além se susterem as areias, conferem uma cor amarela graciosa que aqui não significa desespero, mas esperança, de conseguir manter todo este areal, toda esta beleza.




Daqui seguimos até às Torres de Fão onde um cafézinho foi saboreado, abrigados da Nortada, característica destas tardes do Norte.


Ainda nos passeamos, em duas rodas, pelo Pinhal de Fão, onde há mais de 20 anos era pacífica e autorizada a prática de campismo sem prejudicar a natureza.


Hoje, talvez fruto dos usos e abusos, tal foi de todo proibido e até o acesso mecanizado condicionado sendo apenas permitida a circulação mas não o estacionamento na grande maioria do Pinhal de Fão.


Dada por finda esta primeira fase do passeio, partimos então para Feira de Criaz, uma Feira muito conhecida e concorrida, mesmo em cima da Nacional 13.


Ali aproveitámos para umas comprinhas, o chamado investimento no comércio tradiocional.


Já a meio da tarde rumámos à Póvoa de Varzim, terra por demais conhecida de toda a gente. Quem não conhece a Póvoa de Varzim?


A grande vantagem, é que de scooter conseguimos chegar pelas 15H40m e ter mesmo assim lugar para estacionar!!!


Mesmo ali, em pela avenida da praia.





Daqui, demos um saltinho até à areia grossa da praia da Póvoa de Varzim, algo tão característico destas bandas. Única!




A Norte e a Sul eram visíveis os mais ousados em desafiar a Primavera, quentinha, mas nem por isso deixava de ser a Primavera!!!




A Poente, na linha do horizonte, uma embarcação à vela sulca as ondas numa cruzada solitária que me lembra outros continentes por onde já andei.




Bem mais perto da costa, uma canoa rasgava de igual forma as ondas onde a luz do sol lhe davam uma cor de prata sublime.


Pelas 17H00m havíamos de iniciar viagem de regresso a Guimarães com passagem por Vila Nova de Famalicão.


Foi um domingo algo diferente, com outro encanto, com outro sabor.


Ainda prestei auxílio a um motociclista a quem a moto se recusava a trabalhar, mesmo depois de muitos empurrões já que a mesma não tinha o quik de facilita a manobra quando a bateria falha.


Mas não foram problemas eléctricos a dificultar-lhe a vida, não!


Alguém havia brincado com um botãozinho vermelho enquanto a dita cuja esteve estacionada e pura e simplesmente cortado o circuito de ignição da mesma.


Só ao fim de algumas tentativas, incluindo de um enlatado que se prestou a auxiliar com cabos e tudo, algo que deve ser enaltecido nos dias que correm.


Já em desespero, e quase a chamar a Assistência em Viagem, me lembrei de uma situação que a mim me havia ocorrido à algum tempo atrás, o botão do corte de corrente desligado por alguém ou distraidamente ou em brincadeira.


Resolvido o imbróglio, o Companheiro de duas rodas seguiu para o Porto, eu para Guimarães e o enlatado para Viana do Castelo.


E está feito o relato de uma viagem diferente, sem destino pré-definido mas de sucesso garantido.


Uma última publicidade a dois Clubes de Maxiscooter's que defendem e promovem o espírito das Scooter's e dos quais sou associado.















Graças a estes Clubes tenho obtido conhecimento e partilhado experiências e convivências que me enriquecem enquanto Ser Humano.


Daí que teime em manter-me ligado a este Mundo de Duas Rodas onde a Aventura é uma realidade atractiva.


A todos, um abraço e até sempre,


José Gonçalves
(Guimarães)

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